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Insatisfação com a carreira, desejo de ser o próprio patrão, trabalhar com o que gosta, ficar rico. Com outras variações, esses são os principais desejos que motivam marinheiros de primeira viagem a se aventurarem como donos de boteco em São Paulo. Investigando os números, a aposta parece promissora. Segundo o IBGE, cada brasileiro gasta 25% de sua renda com alimentação fora de casa.
página de leitura realidade, todavia, está distante do glamour. No ano passado, de cada 100 empresas (de todos os ramos) abertas no Estado, 27 não completaram o primeiro aniversário, segundo o Sebrae-SP. Entre os bares paulistanos, a taxa de insucesso é maior: de 100, 35 fecham, em média, ao fim de um ano, e só três duram uma década.
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Os números são decorrência de um mercado que demanda altos investimentos, sofre com a burocracia estatal, está sujeito à subjetividade do gosto dos clientes e tem concorrência pesada: só na capital existem quinze 1000 bares, segundo a Abrasel. Os especialistas e os donos de bar mais experientes procurados na sãopaulo foram unânimes em um ponto: aliar fato e experiência é fundamental. Joaquim Saraiva, presidente da seccional paulista da Abrasel (Agregação Brasileira de Bares e Restaurantes). Outro erro é localizar que o botequim dará direito graças a dos “amigos que irão proporcionar a frequência e o boca a boca”.
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Marco. Segundo ele, o estabelecimento deve ser da clientela.
Marco Amatti, diretor da Mapa Assessoria de Negócios, especializada em alimentação fora de casa. Formado em economia, Luís Fabiani, 40, seguiu a dica e procurou donos de bares e especialistas na área antes de abrir, há três meses, a Cervejaria Nacional, em Pinheiros. Foram tantas conversas que seus consultores escolheram virar seus sócios. Um defeito comum do novo proprietário de boteco é não saber separar sonho de negócio e não perceber quem é que de fato manda: o consumidor. Marco. Segundo ele, o estabelecimento necessita ser da clientela. Em algumas palavras, não adianta insistir num boteco para motociclistas se perceber que o público pede TVs para olhar ao futebol.
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Ou preservar o rock como som lugar se os frequentadores preferem samba. Saber qual é o melhor horário de funcionamento assim como é interessante. Às vezes, não compensa funcionar na hora do almoço. Joaquim Saraiva, da Abrasel. Desse quesito, Vila Olímpia e Itaim Bibi são os bairros mais adequados. Abrir só à noite traz a vantagem de um público mais versátil em conexão a horário.
Deste modo, os bairros Vila Madalena, Vila Mariana e Santana são os mais recomendados. Seja qual for a localização, não há como dar no pé de uma norma: é primordial que existam estacionamentos por perto ou serviço de valet. As primas Aline Gurgel, 31, e Marcela Silva, 28, souberam ouvir os freguêses e estão conseguindo êxito. Há cinco anos, elas vieram de Minas Gerais com o tio construir um empório de produtos mineiros.